sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O meu imperfeito

O perfeito só é perfeito se estiver diante da imperfeição, de um imperfeito. Ele tem que ser atrativo, significativo, exclusivo.  Tem que fazer ter sentido as coisas que não servem para ele, que não se explicam. Tem que conseguir fazer com que eu me ate e me desate. Tem que me delirar, transportar, me invadir, me tomar por inteira. Tem que de longe me fazer sentir, me sentir presa, ameaçada por esta imperfeição. Perto, atraída, seduzida, exclusiva.
Eu nunca quis uma vida pequena, limitada. Um amor pequeno, perfeito e discreto, uma alegria que coubesse em minha bolsa. Eu sempre quis, e com você, eu sempre vou querer mais, muito mais que isso, meu bem. Quero esse imperfeito me enfeitiçando e me embriagando todas as noites, e me encantando todas as manhãs. Eu quero você, eu quero nós, quero muito, quero infinitamente.    

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

"Meu querido diário..."

Nossa, era incrível, era absolutamente fantástico ter um caderninho ou alguma agenda velha e esquecida que pudesse ser usada como um ''querido diário''. Eu nem lembro mais quantas vezes eu escrevi isso. Mais conseguia ser tão divertido. Ter sempre ''alguém'' disposto no meu imaginário, para ouvir, ler, sentir e se lamentar diante de todas aquelas confissões, de todos aqueles segredos, vontades, desgostos, ah... que tempo hein?! Aquela inocência que hoje já foi quase esquecida prevalecia, e parecia encantar tanto. Um diário que mais parecia ser minha própria prisão, com direito a cadeado e chave escondida a sete. Mas de algum jeito ele me acolhia, me aquecia, eram sempre tantos desabafos, tantos choros, tantas risadas, tanta tinta gasta, tanta folha gasta, tanto tempo, tantas Franciane's que foram depositadas ali.
E onde foi parar isso? No lixo meu querido, esquecido, totalmente esquecido. Era uma distração para mim e para o meu coração. Era uma segurança, uma confiança absurda, que no final foi jogada fora. E hoje, eu consegui ficar presa outra vez, só que agora eu tenho direito a todas regalias que eu sempre quis ter. Hoje, eu tenho alguém que me guarda, que me mostra e me dá toda essa confiança. Alguém que é real, que me pertence, que não é nenhum caderninho velho e esquecido, é somente o MEU QUERIDO!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Esse tal amor

E é bem assim que acontece, ele te pega pelo pé, bem de repente mesmo, e  te faz flutuar. Você faz coisas insanas, inimagináveis e totalmente fascinantes e recompensadoras por ele. Uma vez ou outra ele vem e te desestrutura, mesmo assim, tudo parece estar lindo, na verdade tudo é lindo.
Ele te delira, te envolve e te toma por inteira. Pouco a pouco te consome, te encanta. Vem meio de mansinho, no meio do inesperado, e te prende e você já está envolvido demais para querer soltá-lo, você não quer soltá-lo.
Ele age como um ousado desconhecido. Cada novo dia, uma nova face, um novo jeito. Ele renasce hoje, amanhã e sempre. Todos os dias de uma vida inteira, ele renasce, sempre assim.  Não, dessa vez é diferente. Ele quis inovar a situação, intensificar ainda mais todos os momentos e sentimentos. Logo ele que dizia ser inabalável e inviolável. É todo extremo, ou muito, ou pouco, ou tudo, ou nada.
Um pouco pacato, nada discreto. É tudo infinito, é muito complexo.
Ele é superior à ação dos sentidos. Ele me faz calar, faz com que tudo que eu havia planejado a ser dito vá embora naturalmente. Qualquer comentário a seu respeito me parece insuficiente.
O que dizer mais sobre este sentimento? Nada, nada mesmo.
Não há mais o que se falar. Esse amor me deixa muda, completamente muda; e extremamente viciada, dentro de uma mania incontrolável de você, de nós.


segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Crescer

De repente, com a mesma a rapidez que você fecha e abre os olhos, você se percebe diferente. Olha à sua volta e é tudo responsabilidade. Ganha algumas poucas contas, uma mesadinha todos os meses,  e a tarefa de administrar esse dinheiro e essas contas. Já é quase dono de seu próprio nariz.... quase.
Tudo aquilo que você sonhava, imaginava quando encostava a cabeça no travesseiro, começa a acontecer. Isso é mágico, é louco, causa inquietação, euforia: “nossa, o mundo é meu!”
Você começa a exigir muito mais de você e muito mais dos outros, isso causa decepção e adoração, por você e pelos outros. Os méritos e as consequências de seus atos, de suas escolhas, são todos seus! Dá um medo...
Sua vida na sua mão; uma liberdade, uma responsabilidade.
Você quer mais... quer ir mais adiante, quer chegar logo na frente. Quer começar sua carreira, quer se ver rico, bem sucedido e ter uma família linda e feliz. Daí, do nada surge um medo, semelhante aquele citado anteriormente. Aquele medo de falhar.
Mas, o que vale mesmo é saber que CRESCER é lindo, empolgante, assustador, encantador, arriscado, excitante. É um fato, e dos mais consumados. Então, é melhor cuidar em crescer, em amadurecer, dentro de todas as ''regras'' que a nossa vida, e esse nosso mundo impõe; e deixar esse ''medinho'' de lado e se tornar de verdade, uma pessoa diferente, crescida.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Prisioneiro meu


Daí vem a vida e bate em minha porta e entrega um ''amor'' que não tem nada a ver com o que você queria e/ou idealizava. Será que se enganou de endereço? Não. Está tudo certinho, confira o protocolo. Esse é o ''amor'' que lhe cabe, ou melhor, que me cabe. É meu, só meu.
E agora estou eu aqui, com esse ''amor'' que não estava nos planos. Um ''amor'' que não é a minha cara, que não lembra em nada o ''amor solicitado''. E, por isso mesmo, um ''amor'' que me deixa encantada. Tudo diferente do que eu um dia planejei, um ''amor'' que me perturba de um jeito diferente e que me faz voar, que não aceita as regras que eu mesma estipulei. Um ''amor'' que a cada manhã me faz pensar, me faz planejar. E quando a noite chega esse ''amor'' perdura, um ''amor'' movido por discussões que eu não esperava enfrentar e por beijos para os quais nem imaginava ter tanto fôlego. Um ''amor errado'' que eu vou saboreiar dentro de um presente, de um suspense; esse ''amor'' que eu desconfiava que agora me pertence. Aquele ''amor'' em formato de coração, ''amor'' com licor, ''amor'' de caixinha, apareceu. E eu vou começar a me olhar vivendo-o, esse ''amor'' que não era o esperado, nem desejado, mas que chegou e me conquistou, me cortejou. É o ''amor'' que me foi destinado, o ''amor'' que começou por telefone, o ''amor'' que era pra não vingar e virou compromisso, e eu aqui tentando explicar o que não se explica. Na verdade nós nunca haviamos se dado conta de que ''amor'' não se pede, não se especifica, não se experimenta em loja – ah, este me serviu direitinho! Aquele amor que eu encomendei chegou, já me foi entregue. E a partir de agora virou o meu prisioneiro, e só você pode solta-lo. (Por favor, não solte-o!)

Ah...

As vezes é difícil me ver partir ou te ver partir, ficar com a tua ausência, e sem a tua presença. Acabo deixando o vento beijar-me, a chuva molhar-me, na impossibilidade de sentir o teu abraço na hora que eu queria mesmo sentir, de ouvir as tuas palavras de carinho e afeto. Entrego-me ao céu estrelado, tentando adivinhar o que ele me diz, onde estás, o que fazes, se pensas em mim, se ainda me queres como à algumas horas atrás. E o que eu acho mais encantador nisso tudo é o fato de saberes direitinho, a maneira certa de mim mostrar esse ''amor'' que tentas me dar em cada gesto, palavra, sorriso e mesmo na distância tentas disfarçá-lo com manifestações de afeto que chegam através de mim e para mim, através do vento que me envolve, do frio e do calor que sinto, ou até mesmo de um simples "Boa noite", "Bom dia".
Na ausência de ti, deixo-me envolver pelas noites frias e recordo cada momento, cada pedacinho de ti... de nós, dentro de uma saudade que se tem como a mais urgente entre tantas outras, e me pego fazendo planos... muitos planos.
Há em mim, agora, uma sede de abraços calorosos.