terça-feira, 31 de agosto de 2010

O grande espetáculo

Suba no palco, o espetáculo acabou de começar. Não pelas luzes, sons e canções, mas pela magia e alegria que restou e restará sempre detrás das cortinas. Talvez dentro dessas muitas e ao mesmo tempo, poucas palavras, esteja nascendo um grande e inspirador número, um espetáculo apaixonante. As letras se juntam e formam lindas e majestosas melodias, enquanto o silêncio separa,  aumenta, diminui, multiplica, divide e revela nossas limitações. No ápice do desconforto e da tristeza surge um sentimento de euforia, que na verdade é o nosso grande espetáculo, eis aqui “A vida”. Quem dera que nós pudéssemos ver o mundo, esse mundão de meu Deus, com os olhos de uma criança, de uma menina de cinco anos, que pela primeira vez subiu num palco pra ver começar um grande e inesquecível espetáculo. Pois é, a vida passa e não nos permite olhar para trás,  não nos permite sequer alguns ensaios, até porque, somos e seremos sempre responsáveis por tudo que cultivamos, e principalmente por tudo que cativamos. Se bem que a arte poderia até ficar viva e deixar a sensação que fomos e\ou somos importantes, essenciais, insubstituíveis e inesquecíveis, né?!... Mas, uma dura certeza chega e nos mostra que o espetáculo sempre tem um fim, mas que nem todo fim tem seu começo. O tempo jamais voltará e você nunca mais será o mesmo. Haverão sempre algumas mudanças, alguns outros telespectadores, outras luzes, outros sons, outras canções, enfim... uma outra magia. Então, saia um pouco do palco e passe a frequentar mais a sua platéia. Assista a peça de alguém que você nunca teve tempo ou nunca quis ter. Quem sabe não está ali a parte que te falta.

domingo, 29 de agosto de 2010

Os meus recomeços!

É... recomeçar. Eu posso dizer que foi esta a palavra que sempre marcou minha vida. Eu sempre precisei de um recomeço; de pisar outras calçadas, de atravessar outras ruas, de falar com e de outras pessoas, de ouvir outras músicas e consequentemente outros cantores, de abraçar e beijar alguém que de fato me preenchesse, da maneira com que eu sempre, sempre sonhei, mesmo que não fosse a ''pessoa certa'', que fosse a ''pessoa errada'' mandada na hora certa, no momento certo, para a pessoa certa; de sonhar outros sonhos, viver outras realidades, de chorar por outros motivos e por outras pessoas, de sorrir mais, muito mais, alias, sempre mais; de conversar, de ler, de escrever coisas que eu nunca tive ou não quis fazer, por preguiça ou por falta de inspiração. É, mas como RECOMEÇAR é e sempre foi um lema pra mim, continuemos assim, inovando, renovando, recomeçando... eu confesso que gosto muito disso, dessa Franciane que se recolhe a cada anoitecer e renasce a cada amanhecer.
Eu nunca acreditei em contos de fadas, em fadinhas dos dentes, em cegonhas, em papai noel, e nem em mim. Eu não havia me criado ainda, me renovado, talvez por um certo desinteresse ou porque eu não queria mesmo, ora. Mais no fundo, no fundo, essa Franciane que hoje vos escreve sempre viveu aqui dentro, trancada, aprisionada, adormecida, muda, paralisada. E ''hoje'', resolveu sair da toca, se libertou, olha. E o engraçado é que eu passava o dia inteiro tentando com êxito, exercer o papel exigido por muitos, e por mim mesma. Mas de quê adianta ou adiantou toda essa exigência?! não é bom sofrer por não ser uma coisa ou por sê-la. Sou como você me vê, desse mesmo jeitinho, usando essas minhas palavras desequilibradas e fazendo com que o meu silêncio reine sempre que necessário e possível. Pois é, eu vou indo agora, estou de a fim de  recomeçar! Até porque eu sou mais forte que eu mesma e nem as páginas viradas dos meus livros, nem as Franciane's que ficaram lá atrás vão me segurar. Ah... eu costumo voar tão... tão alto. E sinceramente eu quero que você também se acostume com isto, quero você lá comigo.

P.s.: Vê se não demora!

sábado, 28 de agosto de 2010

É... é tudo culpa sua!

Quero sempre o vôo mais alto, o cenário mais bonito, o beijo mais doce, mais demorado. Tenho um coração que sem piedade, quase me engole, uma força que mesmo querendo nunca me deixa e uma rebeldia que as vezes me cega, me enlouquece. Tenho um jeito de viver selvagem, mas sou mansa com quem merecer, não tenha medo. Não gosto de café morno, de conversa mole, nem de enrolação e muito menos de noite sem estrelas. As vezes, mesmo sabendo que felicidade é uma palavra e um sentimento muito forte e que talvez nem caiba TODA dentro de mim, eu sou bem mais feliz que triste, mas às vezes fico distante, muito distante e eu preciso que você me traga de volta, porque afinal de contas você é o responsável por esse turbilhão de coisas. Me perco em mim como se não houvesse começo nem fim nessa coisa de pensar e achar explicação pra vida e pra tudo que acontece nela. Explicação mesmo, eu sei: não há. Alias, eu não quero mesmo que haja. Adoro um certo mistério, uma certa surpresa. E assim me agarro no meu sentir, porque no fundo, só meu coração sabe e só eu sei, ora. E esse mesmo coração que me guia, que me alegra e que me entristece ao mesmo tempo e não quer grades nem cobranças, às vezes me deixa sem rumo, sem direção mesmo, com uma interrogação na frase: O que eu quero mesmo, de verdade? Você? Eu? NÓS?
Por isso, eu te peço (de um jeito meio sem vergonha, que é assim que eu costumo ser com você): se eu gostar de você (como eu estou gostando agora), tenha a gentileza de não me deixar tão solta, me prenda em você, pra você. Não me pergunte aonde vou, mas me peça pra voltar, rápido, muito rápido. Sou fácil de ler, mas não tente descobrir porque o mesmo refrão insiste em tocar tanto, talvez seja esse o meu ''encanto''. Se eu gostar de você, tenha a delicadeza de também gostar de mim (eu adoraria, confesso). E me deixe ser, assim, exatamente como eu sou, com todos esses meus defeitos, com todas essas minhas qualidades. Meio gata, meio cachorra, meio GENTE.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

As coisas da vida



Ao longo desses 16 anos, tive que engolir algumas vírgulas, me engasgar com alguns soluços e soluçar alguns silêncios, inumeros silêncios. Sempre me achei no direito de colocar Deus no pé da parede e fazer aquelas perguntas que nós todos no fundo, já sabemos as respostas, de perguntar os porque's disso e daquilo. De pegar meu travesseiro, e fazer dele o meu cúmplice, fazer com que me escutasse todas as noites com aqueles desabafos que na verdade não eram tão necessários, e nem perguntava se ele queria ouvir, molhava-o com lágrimas de saudade, de sofrimento, de culpa; tornava-o meu aliado (mesmo que ele não quisesse), achava que tinha o absoluto controle de todas as situações. Ora, quanta ousadia. Mas mesmo assim chegavam sem ter aparentemente um porque certo e bem, bem convincente, que na verdade fosse exatamente o que eu queria que fosse; chegavam como que em uma retrospectiva de todos os pensamentos positivos, todas as promessas eternas, os abraços apertados, os beijos demorados, as mensagens sem respostas, os incontáveis recomeços, aqueles recomeços desejados; as expectativas merecidas, os afetos provocados e vividos tão intensamente, os sentimentos marginais, as saídas não permitidas, os atos intencionais, os arrependimentos mortais, a cabeça no ombro e uma mão em meu cabelo, o olho no vazio, as brigas banais, o amor incondicional, o telefonema inesperado, o pedido declarado, passageiro, o sono inquieto, teimoso, eufórico; a noite em claro, os devaneios pressentidos, os brincos esquecidos, as taças quebradas, as bocas caladas, as paixões calculadas e que necessitavam de uma pequena prova real, que acabava desaparecendo no meio da história, da contagem. As vinganças inofensivas e ofensivas, as tantas tentativas frustradas, os carinhos somados e subtraidos, os pensamentos reprovados e aprovados, as frases pensadas e esquecidas, as palavras medidas, as reticências repetidas e as grandes e experientes coisas da vida.  Mas ai você para, retorna a realidade, ao presente que deveria sim ser vivido todos os dias, com todas as pessoas, com toda esta mesma intensidade e então se toca que as coisas devem acontecer exatamente assim, desse mesmo jeitinho, nesta mesma ordem e que toda essa mistura de acontecimentos, de sentimentos são muitos, são infinitos, inacabados, intocáveis, inexplicáveis, irreversíveis.... São simplesmente amores, meus, seus, nossos. E o que seria de nós, seres humanos, se não existisse esse turbilhão de coisas, essa magia, essa falta de razão e esse excesso de emoção? é verdadeiramente impossivel viver assim. É preciso fazer com que nossos olhos brilhem mais fortes, que o nosso coração bata mais acelerado, que nossas pernas tremam, e que nós não respeitemos a razão (pelo menos por um instante), porque esta razão não cabe dentro do amor.

Repetir, repetir... até ficar tudo diferente!


Repetir, repetir... até ficar tudo diferente! Pois é, é isso que eu tenho feito da minha vida nesses últimos anos. Essa repetição toda vive em busca de uma pequena, de uma mínima diferença. E é justamente esta suposta diferença toda que me encanta, que me estiga, que me anima, que me excita. Ah... que vontade de mudar, de acertar, de crescer... O melhor mesmo é se cansar disso tudo, dessa repetição chata, porque daí você vai poder e querer ir atrás da diferença, da mudança, e poder assim se encantar verdadeiramente com o real sentido da vida e com o diferente caminho que tu vais ter a oportunidade de ver e/ou conhecer. Como diria Pedro Bial em uma de suas crônicas belíssimas, ''é preciso sempre mudar, mas é preciso começar devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade''. Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas. Mas na realidade não é isso o que importa. O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia que há dentro de cada um de nós. E nem adianta vim e dizer que não pode, que não é possível, que não consegue mudar, porque nunca é tarde pra tentar sair dessa rotina, até porque só o que está morto não muda, né!? Vamos, repita tudo outra vez e se não funcionar, continue repetindo até diferenciar de vez isso tudo. Só temos uma chance de viver (é, eu sei que isso soa até como um clichê, mas... não deixa de ser um fato!). Então, viva sempre intensamente cada momento, cada pessoa, cada situação, cada problema e cada solução. E agradeça sempre por poder viver e repetir tudo isso.

P.s.: Ah... eu devo confessar que é incrível poder sentir o começo de toda essa diferença, poder sentir seus pés tocarem outras calçadas e seus olhos enchergarem outras coisas e outras pessoas.

(Muito obrigada!)